» O PAPEL DO PEDAGOGO NA ATUALIDADE

(PALESTRA DADA PARA PEDAGOGOS/COORDENADORES E PROFESSORES DA REDE PARTICULAR DE ENSINO DE CURITIBA EM FEVREIRO/2013)

Você, PEDAGOGO, tem um papel fundamental na Escola, já que atua junto ao Professor. É um elemento-chave no acompanhamento do desenvolvimento desse professor nas atividades individuais e coletivas junto ao seu aluno.

Sua principal tarefa é orientar cada Professor, acompanhando suas atividades
na escola e na Prática Pedagógica com suas crianças, procurando sempre orientá-lo quanto à melhoria  do seu processo de ensino-aprendizagem, sobretudo a partir dos conteúdos e das experiências desenvolvidos em cada área temática.

Assim, suas atribuições são:

•  apoiar o Professor nos conteúdos relativos à sua formação nas disciplinas
de Ensino;

•  introduzir, debater e aprofundar as temáticas específicas da Educação Infantil;

•  observar, analisar e contribuir com a Prática Pedagógica dos Professores,
fazendo-se presente no cotidiano das turmas;

•  operar todo o processo de avaliação, juntamente com outros membros da comunidade escolar.

Reúne as seguintes características:

•  formação pedagógica em nível superior, preferencialmente, ou formação pedagógica em nível médio com grande experiência no magistério;

•  experiência pedagógica com crianças em creches, pré-escolas e turmas de Educação Infantil em escolas de Ensino Fundamental;

•  capacidade para ser o principal elo de ligação entre o professor-comunidade escolar.

Na execução de seu trabalho, você manterá diálogo constante com o Coordenador, os Professores, o responsável pelo Órgão Municipal de Educação e os diretores e ou Coordenadores das instituições em que você acompanhará a Prática Pedagógica dos Professores.

AS ATRIBUIÇÕES DO PEDAGOGO NA ESCOLA

Na Escola, o PEDAGOGO possui as seguintes responsabilidades:

•    participar dos momentos de formação específicos (formação básica e formação  ao longo do processo) para o desempenho de sua função;

•    participar das fases presenciais e intermediárias do curso;

•    organizar e promover os Encontros Quinzenais com os professores;

•    avaliar, orientar e comentar com o Professor seu desempenho em todas
as tarefas, incluindo Planejamento Diário, Registro de Atividades, Atividades propostas aos alunos, da Prática Pedagógica;

•    promover, de forma contínua e processual, orientações para a reelaboração dos  instrumentos de avaliação nos quais o aluno  não tenha alcançado         desempenho satisfatório;

•   trocar informações periodicamente com o diretor ou Coordenador da instituição  sobre o desenvolvimento do Professor e as mudanças observadas na Prática Pedagógica;

•  propor atividades de recuperação para os alunos que não tenham        atingido desempenho satisfatório, visando à superação das dificuldades.

AJUDAR O PROFESSOR A DOMINAR OS CONTEÚDOS

Você, PEDAGOGO, pode auxiliar o Professor a dominar os conteúdos:

•  explicando os conceitos mais difíceis;

•  antecipando pontos a serem vistos, cujas dificuldades já eram previstas;

•  desfazendo enganos de conceitos e preconceitos.

ENCORAJAR O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO PROFESSOR

 Você, PEDAGOGO, pode auxiliar o Professor em seu processo de aprendizagem:

•  valorizando o estudo e a experiência de cada um, procurando pontos positivos  até mesmo nos trabalhos insatisfatórios, registrando os erros de forma a encorajar o Professor a superá-los;

•  descobrindo o tom adequado para as observações feitas a cada um;

• relembrando sempre os objetivos a serem perseguidos, as etapas a serem trilhadas e o calendário a ser cumprido;

• cumprindo os prazos, nunca deixando sem comentário ou resposta
as perguntas do Professor;

•  apresentando ao Professor, com antecedência, e discutindo com ele
seu planejamento;

•  levando em consideração e comentando as observações, as sugestões e as críticas  (o que não quer dizer que estas devam sempre ser acatadas);

•  enfatizando os aspectos positivos;

•  tornando sua presença um ponto de apoio, referência e segurança para todos.

 AJUDAR O PROFESSOR A ALCANÇAR AUTONOMIA NA SUA
                 PRODUÇÃO

 Você, PEDAGOGO, pode auxiliar o Professor a alcançar a autonomia na sua produção:

•  procurando desenvolver sua auto-estima;

•  dedicando atenção a todos igualmente;

•  encorajando as iniciativas pessoais;

•  promovendo confiança no material auto-instrucional e nas experiências da escola.

É  importante, ainda, que você tenha em mente alguns princípios básicos para a sua atuação. Não se espera que o PEDAGOGO tenha um domínio profundo dos conteúdos. Afinal, você não é um professor especialista em todas as áreas. Por isso, é essencial que você leia os livros antecipadamente para que possa esclarecer com os outros pedagogos e/ou coordenadores e diretores suas próprias dúvidas quanto aos conteúdos, na ausência de qualquer pessoa com quem discutir converse com seus professores e esclareça que você também tem dúvidas e que vão juntos buscar ajuda. Além disso, você também deve analisar, com antecedência, as atividades contidas nos livros e nos cadernos de aprendizagem, identificando as dificuldades que os Professores poderão ter ao realizá-las. E, com base nessa análise, buscar estratégias para orientar os professores.

É seu papel orientar a leitura dos livros e a apresentação e a análise de vídeos, ampliando horizontes e sugerindo alternativas de estudo. Quanto melhor for o seu trabalho, mais autônomo se tornará o Professor.

 PLANEJAMENTO DIÁRIO

 O Planejamento Diário deve servir como instrumento para o Professor orientar e guiar sua prática pedagógica. O planejamento deve ser um instrumento facilitador para o professor. Não deve ser visto como uma obrigação ou como um aspecto puramente técnico do trabalho, visões estas que burocratizariam a tarefa. A competência técnica é parte fundamental do trabalho de qualquer profissional. No entanto, sabemos que a atividade profissional do professor exige, além da competência técnica, a utilização do bom senso e da percepção do outro, no nosso caso, em especial, das crianças, do conhecimento do mundo à nossa volta, das políticas, etc. O planejamento é um meio para programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação.

O ato de planejar envolve ações que estão além do que, num primeiro momento, podemos pensar. Planejar significa ter clareza dos objetivos a serem atingidos, de que maneira, em que tempo, com quem e com quais recursos promover a avaliação do que foi realizado. Isso implica: conhecer de perto as crianças e seus interesses; conhecer os temas, os conteúdos e os conceitos a serem trabalhados; ser flexível para mudar de rota se necessário; trocar experiências com outros colegas professores, com a coordenação ou a direção pedagógica; recolher material necessário para o desenvolvimento dos projetos; pesquisar os assuntos em diferentes fontes; traçar metas; tomar decisões. Enfim, planejar significa ter o trabalho nas mãos, ser autor.

Para planejar a prática cotidiana das atividades, alguns pontos têm que ser ressaltados, e isso você poderá trabalhar com os professores que acompanha, utilizando-se de algumas perguntas como:

1. Quem são as crianças com as quais trabalho? Como são suas famílias?

2. As atividades estão apropriadas para  a faixa etária das crianças? Fazem sentido para elas? São   motivantes? Promovem desafios?

3. Tenho todos os recursos necessários para o desenvolvimento dos   conteúdos e  das atividades propostas?

4. Quais as providências práticas necessárias para realizar as atividades planejadas?

5. A quem compete as providências para a realização do planejamento?

6. Os temas/assuntos e as atividades estão tendo continuidade?

7. As experiências culturais das crianças estão sendo consideradas?

8. O que meus colegas têm a me acrescentar?

9. As atividades, os espaços e as dinâmicas estão sendo variadas?

10.  Como as crianças estão sendo organizadas? Em que tipo de agrupamento?

11.  Como as crianças participam do planejamento, das atividades e de sua avaliação?

Para você, PEDAGOGO, que tem por tarefa acompanhar e orientar o professor na sua prática pedagógica, não é tão simples avaliar o planejamento. Por essa razão, seguem aqui algumas informações que poderão auxiliá-lo na avaliação do Planejamento Diário.

 COMO AVALIAR O PLANEJAMENTO DIÁRIO?

Como você já sabe, existem diferentes concepções de como sistematizar um Planejamento  Diário. Não se esqueça de que cada sistema de ensino, poderá ter a sua sistematização. Neste caso, o Professor elaborará o planejamento conforme a orientação dada. Mais importante que a nomenclatura adotada é que o Planejamento Diário contenha os elementos fundamentais de um planejamento e que seja coerente.

 CONSIDERAÇÃO FINAL

 A essa altura, você deve estar percebendo a necessidade absoluta de organizar o seu tempo, definir uma agenda de trabalhos e segui-la cuidadosamente. Você deve sugerir isso também a seus professores. Afinal, os prazos não são longos, e um atraso não previsto poderá comprometer a programação seguinte.

Você poderá organizar o seu plano de trabalho utilizando o calendário escolar, distribuído a todos os professores e comunidade escolar que se ocupam de sua execução.

Lembre-se de agendar previamente todas as reuniões e encontros com os professores e comunidade escolar, além do planejamento das visitas à prática pedagógica, dos prazos para a entrega de documentos, das fichas de acompanhamento mensal e de outros instrumentos. O cumprimento dos prazos é de extrema importância para todos.

Como você pode constatar, sua função é fundamental para o bom desempenho dos Professores e consequentemente dos alunos. Espero que você se empenhe nessa função e faça a diferença.