» Entendendo a educação infantil e o papel da família

(Se for copiar cite a fonte, Maria Luzita de Faria – pedagoga) 

O termo educação tem um sentido muito amplo; onde há, educação formal e informal. O aluno tanto aprende dentro da escola, como fora dela. A educação formal é aquela que se adquire nas instituições de ensino; que tem regras e educa o homem para viver em sociedade.

Ao transmitir a cultura e, com ela, modelos sociais de comportamento e valores morais, a escola permite que a criança “humanize-seâ€, cultive-se, socialize-se ou, numa palavra eduque-se. A criança, então, vai deixando de imitar os comportamentos adultos para aos poucos, apropriar-se dos modelos e valores transmitidos pela escola, aumentando, assim, sua autonomia e seu pertencimento ao grupo social.

Já a educação informal, é aquela adquirida no cotidiano, na comunidade, na convivência com o outro, e principalmente no ambiente familiar. Porém, é visível um grande descaso que há por parte de alguns pais com a educação de seus filhos e a vida escolar dos mesmos; pois esses pais vêm fazendo da escola um depósito de crianças, na qual são deixadas pela manhã e só retornam para o ambiente familiar á noite, devido a falta de tempo destes por causa da jornada de trabalho e competitividade social. Essa falta de tempo faz também com que os pais deixem de participar ativamente do contexto escolar de seus filhos, deixando toda responsabilidade em cima da escola e dos professores.

Em todas as classes, as crianças estão indo mais cedo para as instituições educacionais. Os motivos são os mais diversos, sendo que um deles deve ser ressaltado: a entrada da mulher no mercado de trabalho quer para garantir a renda familiar, quer como projeto de vida profissional.

Porém, vale deixar claro, que a escola (creches ou pré-escolas), não pode ser vista como um depósito de crianças, pois não é; ela é um lugar onde a criança irá se preparar para ser alfabetizada no futuro. Por isso, a educação infantil deve ser respeitada e levada a sério, principalmente pela família, pelos pais, proporcionando a essa criança, muito carinho, alimento, uma boa saúde, um ambiente de paz, na qual ela possa viver com sua família. Todos esses itens colaboram para um bom desempenho escolar. È nessa fase que a criança está com a mente fresca, pronta para receber bons ensinamentos. A educação infantil é a fase mais importante no desenvolvimento cognitivo da criança, pois é nela que a criança começa a sua vida escolar.

No processo escolar da criança de educação infantil, a participação da família é fundamental para o bom desenvolvimento da aprendizagem da mesma. A família pode começar ajudando a criança a fazer suas tarefinhas de casa, valorizar os trabalhos realizados por ela, e incentivando-a a usar sua criatividade por meio de recursos específicos para sua idade, sendo esses recursos; folhas de papel, lápis de cera, em fim, objetos que a criança possa manusear livremente e soltar sua imaginação, podendo também, desenvolver sua coordenação motora fina, usando, por exemplo, a massinha de modelar.

Não há uma única forma nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a única prática, e o professor profissional não é seu único praticante.

A educação infantil é oferecida em creches para crianças de 0 a 3 anos, e em pré- escolas para crianças de 4 a 5 anos. È nessa fase que a criança conhece e aprende, através de materiais didáticos – pedagógicos e métodos específicos; as vogais, o alfabeto, a fazer o seu nome, conhecer as cores, em fim, conteúdos específicos para esse público. Além desse aprendizado, ela começa a se desenvolver intelectualmente, sem contar que na escola as crianças têm contato umas com as outras, esse contato também acontece em casa, na comunidade, em fim, no dia a dia. E essa convivência desenvolve o lado social, a afetividade pelo próximo e ajuda no seu aprendizado.

A escola não deve ser pensada como fortaleza da infância, como instituição que enclausura seus alunos para melhor prepará-los. È preciso articular a vida escolar com a vida cotidiana; articular a vida escolar com os acontecimentos do dia-a-dia da sociedade.

Existem pais que pensam que a escola deve se encarregar sozinha de efetuar o processo educacional da criança, sendo que a educação só ocorre quando escola e família se unem por um mesmo objetivo, se essa união não acontecer, a escola educa e os pais deseducam. A escola deve se comunicar com a família diariamente; e essa comunicação deve ser feita através da agenda escolar, bilhete e até mesmo pelo caderno da criança, cabe ao docente escolher a melhor forma, porém, a família por sua vez, deve ficar atenta a essa comunicação e fazer a correspondência da mesma.

A escola precisa alertar os pais sobre a importância de sua participação: o interesse em acompanhar os estudos dos filhos é um dos principais estímulos para que eles – alunos – estudem. È importante a participação dos pais nas reuniões escolares que todos os meios para convocá-los são válidos: recados na agenda, correspondência, telefonemas,e-mails ou mesmo o sistema “boca a bocaâ€.Cada escola pode utilizar o meio que julgar mais suficiente.

Falar de família atualmente é muito complexo, pois não há mais nos dias de hoje,aquele modelo de família nuclear,onde o pai era o que mantinha a casa e a mãe, quem cuidava dos filhos e zelava pela harmonia do lar. O que se vê hoje é uma diversidade de família, ou seja, modelos de família, onde o pai está cada dia perdendo sua posição de mantenedor do lar ao se igualar com a mãe devido às conquistas femininas que levaram essa “mãeâ€, a entrar no mercado de trabalho.

Com essa “igualdadeâ€, muitas vezes o homem vai perdendo (em alguns casos), o seu papel na família, sendo a mãe que passa a assumir o mesmo, devido a vários fatores, um deles é a mulher ter que assumir a maternidade como produção independente.

A infância como hoje entendemos por infância foi sendo elaborado ao longo do tempo na Europa, simultaneamente com mudanças na composição familiar, nas noções de maternidade e paternidade, e no cotidiano e na vida das crianças, inclusive por sua institucionalização pela educação escolar.

Se o meio ao qual a criança está inserida muda, a postura desta criança diante do meio também muda e transforma. Com isso, não se pode dizer que a educação de antigamente deve ser praticada pelos pais e professores sobre a criança da mesma forma dos tempos atrás. O tipo de família atual é diferente da composição familiar do passado.