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 Literatura Infantil Educação Infantil

Descobrir, explorar, aprender… E criar novos mundos, novas realidades – o céu não é o limite para aquele que lê!

Embora tenhamos informações em excesso a cada vez que “surfamos†no mundo virtual, a literatura apresenta a crianças, jovens e adultos um horizonte infinito em histórias, romances, poemas, contos, e muito mais.

Mas… o que é mesmo literatura? A palavra literatura vem do latim “litteris†que significa “letraâ€, que também quer dizer “escritos, cartas†e parece referir-se, primordialmente, à palavra escrita ou impressa. Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética. Segundo o crítico e historiador literário José Veríssimo, várias são as acepções do termo literatura: conjunto da produção intelectual humana escrita; conjunto de obras literárias; conjunto das obras sobre um dado assunto, ao que chamamos bibliografia de um assunto ou matéria; boas letras; e uma variedade de Arte, a arte literária.

No Brasil, o movimento literário teve início já na época da Colonização. Principalmente representada pelo padre José de Anchieta, essa fase inicial foi chamada de Quinhentismo. O Padre José de Anchieta se destacou por seus  poemas, autos, sermões cartas e hinos. O objetivo principal dessa produção era a catequese dos índios.

No final do século XVII foram escritos os primeiros livros destinados a crianças. No entanto, eles não podem ser ainda considerados literatura. Eles são escritos por professores e sua função consistia em ensinar valores, hábitos e ajudar a enfrentar a realidade social. Em outras palavras, eles propiciavam uma leitura utilitária, não uma leitura lazer, como ocorre com a literatura. Nessa época, a criança era considerada um adulto em miniatura, que participava da vida adulta, inclusive tomando contato com sua literatura.

Foi somente no século XVIII que o conceito de criança começou a mudar. A criança passou a ser considerada como criança e um tipo específico de literatura foi desenvolvido para ela. Esse tipo de literatura foi denominada literatura infantil. Antes daquela época, as crianças da nobreza liam os grandes clássicos e as crianças das classes populares liam lendas e contos folclóricos. Com o passar do tempo, esses clássicos sofreram adaptações e os contos folclóricos inspiraram os contos de fadas. Vejamos alguns exemplos de autores e obras de literatura infantil:

Perrault: “Chapeuzinho Vermelhoâ€, “A Bela Adormecidaâ€, “O Barba Azulâ€, “O Gato de Botasâ€, “Pequeno Polegarâ€, etc.

Irmãos Grimm: “A gata borralheira†(que de tão famosa recebeu mais de 300 versões pelo mundo afora), “Branca de Neveâ€, “Os Músicos de Bremenâ€, “João e Mariaâ€, etc.

Andersen: “O Patinho Feioâ€

Charles Dickens: “Oliver Twistâ€, “David Copperfieldâ€

La Fontaine: “O Lobo e o Cordeiroâ€

Esopo: “A lebre e a tartarugaâ€, “O lobo e a cegonhaâ€, “O leão apaixonadoâ€

A literatura infantil chegou ao Brasil no final do século XIX. Carlos Jansen e Alberto Figueiredo Pimentel foram os primeiros brasileiros a se preocuparem com a literatura infantil no país. Com Thales de Andrade, em 1917, a literatura infantil nacional teve início. Outras obras são as obras de Carlos Jansen (“Contos seletos das mil e uma noitesâ€), Figueiredo Pimentel (“Contos da Carochinhaâ€), Coelho Neto, Olavo Bilac e Tales de Andrade. E foi em 1921 que Monteiro Lobato estreou com “Narizinho Arrebitadoâ€, apresentando ao mundo Emília, a mais moderna e encantadora fada humanizada. Algumas de suas principais obras são Urupês, Sítio do Pica-pau Amarelo, Reinações de Narizinho, O Minotauro, Negrinha e Cidades Mortas.

Outros famosos autores brasileiros de literatura infantil são Ziraldo com “O Menino Maluquinhoâ€, “A bonequinha de panoâ€, “Este mundo é uma bolaâ€. Há ainda Ana Maria Machado, com “A Grande Aventura de Maria Fumaçaâ€, “A Velhinha Maluqueteâ€, “O Natal de Manuelâ€. Muitas obras consideradas adultas foram adotadas pelo público infantil (“As aventuras de Robson Cruso醖 de Daniel Defoe, “Viagens de Gulliver†– de Jonathan Swift e “Platero e Eu†– de Juan Ramón Jiménez).

Apesar de a literatura abrir portas e janelas para um universo fascinante de conhecimentos, curiosidades, modos diversos de ver o mundo, muitas crianças e jovens não se sentem motivadas a ler. Talvez isso seja um reflexo da leitura utilitária que por vezes se incentiva nas práticas pedagógicas escolares. Precisamos incentivar nos jovens a leitura prazerosa, em contraposição a uma pseudo-literatura que pretende “treinar†o aluno a responder um questionário a respeito da obra lida. Esse tipo de prática não desperta o gosto pela leitura, mas sim uma espécie de aversão a livros e literatura.